BRASÍLIA – O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) declarou nesta segunda-feira (9) se sentir desconfortável por estar no plenário da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF). 

Nesta semana, o ministro Alexandre de Moraes deu início a uma série de interrogatórios para ouvir Bolsonaro e outros sete aliados como réus no inquérito que apura uma tentativa de golpe de Estado no Brasil em 2022.

Questionado pela reportagem de O TEMPO se se sentia desconfortável em estar na audiência acompanhando os depoimentos antes de ser interrogado, o ex-presidente foi direto.

“É lógico que eu não queria estar aqui. Eu não queria estar aqui. Ninguém quer ser réu”, disse Bolsonaro, no intervalo da oitiva em que seu ex-ajudante de ordens Mauro Cid foi ouvido. Os outros inquiridos serão chamados em ordem alfabética. São eles:

Alexandre Ramagem (ex-diretor-geral da Abin e deputado federal);
Almir Garnier (ex-comandante da Marinha);
Anderson Torres (ex-ministro da Justiça);
Augusto Heleno (ex-ministro do GSI); 
Jair Bolsonaro (ex-presidente da República); 
Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa);
Walter Braga Netto (ex-ministro da Casa Civil).

Os oito réus respondem por tentativa de abolição violenta do Estado democrático de direito, tentativa de golpe de Estado, participação em organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. 

O interrogatório é uma das últimas fases da ação penal. A expectativa é de que o julgamento que vai decidir pela condenação ou absolvição deles ocorra no segundo semestre deste ano. Em caso de condenação, as penas am de 30 anos de prisão. 

Por estarem na condição de réus, os acusados poderão se recusar a responder perguntas que possam incriminá-los, um direito assegurado pela Constituição para que os investigados não produzam provas contra si.