O preço do aluguel subiu pelo 30º mês consecutivo em Belo Horizonte, mostra pesquisa do QuintoAndar. Em maio, o valor para locação subiu 0,37%, em relação a abril, segundo o levantamento. Desde janeiro, quem não tem imóvel próprio para morar, viu as cifras para alugar um imóvel subir 8,63%. O aumento é superior à inflação oficial do Brasil no período, de 2,75%, conforme o IBGE.
O levantamento do QuintoAndar mostrou que o preço dos alugueis residenciais na capital começou a subir em novembro de 2022. Em maio, o valor médio do metro quadrado em Belo Horizonte chegou a R$ 41,67. O especialista em dados da empresa, Paulo Capetti, explicou que a valorização tem relação com questões econômicas e com o estoque reduzido de imóveis disponíveis na metrópole.
A avaliação é de que há um desequilíbrio na relação entre oferta e demanda, gerando pressão sobre os preços. “Esse movimento contínuo de alta expressiva decorre do cenário macroeconômico e também da escassez de imóveis para alugar em Belo Horizonte. Outros indicadores do setor também apontam para uma valorização significativa, tanto nos preços quanto na rentabilidade dos imóveis”, detalhou Capetti.
Apesar de todos os 35 bairros pesquisados terem registrado aumento nos valores, alguns tiveram destaque, com valorização acima da média. No último ano, os cinco endereços mais caros para se alugar foram:
- Luxemburgo - 60%
- Ipiranga - 47,3%
- Barro Preto - 46,2%
- Santa Efigênia - 45,3%
- Heliópolis - 35,0%
Capetti destacou que a valorização observada até maio de 2025 já supera o registrado no mesmo período de 2024. O especialista sinalizou que não há previsão de um arrefecimento do cenário nos próximos meses. “Fatores econômicos, como o aumento da renda e a queda nos índices de desemprego, continuam impactando o mercado, assim como o aumento do custo do financiamento imobiliário, que leva muitas famílias a adiarem o sonho da casa própria”, detalhou.
O especialista do QuintoAndar argumentou que o cenário macroeconômico do país, que tende a se alterar nos próximos meses, poderá impactar o cenário na capital. “A economia dá sinais de diminuição do ritmo de crescimento e há a expectativa de fim do ciclo de alta da Selic por parte do Banco Central, por exemplo. Precisaremos observar se essas alterações vão impactar no cenário imobiliário em Belo Horizonte no curto prazo. Até aqui, a pressão sobre os preços é maior do que a observada no ano ado”, acrescentou.